Quando chegaste, sem pedir licença para entrar, tudo a minha volta mudou. De alguma forma voltei a acreditar que podia sorrir, que podia acreditar, que podia voltar a confiar e acima de tudo que podia voltar a amar.Com o tempo todas essas minhas teorias se confirmaram, eu tinha encontrado alguém que me preenchia, alguém que me fazia ultrapassar os meus medos. Sem que eu me apercebesse tomaste conta do meu mundo e sem ti ele nunca voltará a ser completo.
A verdade é que me apaixonei por ti. Pelos teus olhos azuis, pelos teus cabelos encaracolados, pelo teu ar despreocupado, pelo teu braço apertado, pela tua voz, pelo teu cheiro, pela tua mão enorme que encaixa tão bem na minha... Mas nada é perfeito para sempre.
Como em todos os casos, as coisas más acabam por aparecer e por nos fazer temer pelo futuro.
Já para não falar que só te ver ao fim de semana me mata, e não desvalorizando as tuas qualidades, que devo dizer que são imensas, é difícil ter ao meu lado alguém que não exterioriza o que sente. É difícil ter ao meu lado alguém que quando me abraça parece distante. É dificil não me questionar sobre a existência de mais alguém. É difícil não me perguntar se ultrapassaste o teu passado. é difícil não me questionar o porquê de não me apresentares aos teus pais.É difícil... Não é que não acredite que não tenhas sentimentos por mim mas se o dissesses era tão mais fácil ter a certeza. Este fim de semana vamos comemorar mais um mês de namoro e tenho a certeza ue vamos almoçar ou jantar fora como temos feito até agora e eu adoro mas na verdade, preferia que em vez do "esforço" de pagar o jantar, fizesses o "esforço" de me revelares um pouco mais de ti. Um pouco mais do que sentes.
Aquele caderno em que escreves às escondidas sabe tanto sobre ti e eu sei tão pouco.
Ás vezes pergunto-me quem és. Não te conheço as manhas, as mentiras, os olhares, os sentimentos, as vontades, os medos, as dúvidas... Cada vez que tento procurar nos teus olhos uma resposta saiu confusa.
Afinal, quem és tu?
Quem somos nós?
