sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Nada depois de tudo

Eu lembro-me perfeitamente, da primeira vez que te vi, a tua cara através daquelas portas, porque a minha parou de trabalhar. Lembro-me bem, tinhas o cabelo molhado e eu estava parada naquela loja quando o tempo parou de passar. Quero-te aqui esta noite. Porque eu não acredito que isto tenha acabado. Nada me vai fazer desistir.
Eu lembro-me perfeitamente, as viagens e as tempestades, para nos encontrar-mos onde o nosso amor navegava. Eu lembro-me perfeitamente de estar parada a tua frente e a tua boca... a tua boca... Quero-te aqui. Nada me consegue fazer desistir. Nada me deita a baixo, excepto tu meu amor.
Anda! Traz-me tudo que perdemos, para dentro desta confusão que eu so espero que a minha sanidade cubra todas as consequencias ao ponto de remover a dor do meu amor.
Vem, faz renascer! O batimento do meu coração, custa-me muito continuar, isto é amor, isto é obcessao!
Eu quero ouvir o que tens para me dizer, ouvir-te dizer que consegues viver sem mim! Eu lembro-me de todo o tempo que passamos juntos!
Eu quero ouvir o que tu queres! O que é que tu queres de mim?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Eu hoje vi-o

Eu hoje vi-o.
Foi tão rapido que nem consegui ver a roupa que ele trazia vestida. Passo naquele sítio, onde sei que ele vai constantemente, vezes sem conta e olho sempre na esperança de o ver. Hoje aconteceu. Acho que estava de preto. Posso até jurar que se estava a rir ou talvez seja só o meu coração que só gosta de o recordar assim.
Estava de carro e aquela rua não facilita mudanças bruscas de velocidade ou que eu simplesmente satisfaça o meu capricho de parar o carro e ficar ali, do lado de fora daquele café a olhar para ele. Tive sem duvida uma enorme vontade de lá ir. De mais uma vez entrar, amarrar nele por um braço e dizer "meu menino, vamos conversar? acho que me deves uma explicação!" Mas porquê, se ele acabaria por me dar uma desculpa ridicula ao facto de não me atender o telemovel, nem responder às mensagens, e ao tocar-me o rosto eu ia cair que nem um pato? Porquê? Porque é que ele tem esse poder de me hipnotizar? Porque é que um beijo dele é como uma viagem daqui até a lua? E porque é que eu sou burra, otaria, anormal, estupida, cega, teimosa... ao ponto de não aceitar que ele foi falso comigo? Não! Eu não acredito! Aquilo não era falso! As lágrimas dele não eram de crocodilo! O sorriso dele não era amarelo! As suas palavras não eram frases feitas!
Ai, que confusão que se instala pelo simples facto de o ver! Que dor estupida que eu sinto no estomago e que me provoca suores frios e uma ansiedade, uma adernalina, digna de quem está prestes a atirar-se de uma ponte!
Eu quero-te esquecer! Eu não te quero amar! Eu quero uma vacina contra ti!




(Mas ... não adianta. )

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ele e ela

Ela era a fragilidade dentro de uma armadura. Ele .... Ele é bem dificil de descrever. Ele tinha no olhar a inocencia de uma criança, o corpo de um homem, a alma de um apaixonado. Dava para ver do lado de fora a maneira como os dois se olhavam. Mais nada no mundo parecia existir. Era incrivel assistir aos movimentos dos dois quando estavam juntos, uma sintonia perfeita.
Vi-a no olhar daquele rapaz que ele a amava, que nunca deixaria que ninguém a magoasse. Podia até apostar que ele chorava por ela nos seus momentos mais frageis. Vi-a como o seu corpo encaixava no dela. Senti inveja de um amor assim.
Ela não era muito bonita, nem muito arranjada mas ele achava-a perfeita. Ouvi-os muitas vezes trocarem promessas de amor dotadas de sinceridade. Um anel. Prometeram casar-se. Ter filhos.
Sei bem que ele podia até já ter dito aquilo a todas as outras namoradas, mas com ela era real.
Imaginava a perfeição que eles eram na cama. Era-lhes impossivel esconderem as suas cares de felicidade quando saiam de casa dele, ou quando se agarravam mais fortemente. O desejo corria-lhes nas veias.
Ela, por sua vez, andava sempre ao seu redor, a sua mão era perfeita para encaixar na dele. A sua boca beijava-o sempre com o mesmo desejo e posso até jurar que toda a gente à sua volta ouvia o coração daquela rapariga bater mais forte. Ela tinha perdido a esperança de se apaixonar, ele mostrou-lhe que merecia a sua confiança.
Vi-os juntos durante algum tempo e todo esse tempo era de constante paixão. Lembro-me de um dia a ver saltar para o colo dele depois de uma discussão e as lagrimas a invadirem o rosto dos dois e o beijo... Tipico de novela.
Chegou um dia e eu nao os vi juntos. Vi a rapariga passar, bastante abatida, triste, deprimida. A ele nao o vi mais. Soube mais tarde que tinham acabado e que ele andava agora envolvido com uma daquelas miudas plastificadas da universidade. Ao que me diziam, ele nem sorria mais.
Sei que ela ainda sofre. Vejo-a muitas vezes por tras da sua armadura. Ela ainda chora por ele. Ela ainda sonha com ele. Ela ainda o deseja. Ela sabe que ninguém o substituirá.
Quanto ao que ele sente... eu já não posso falar. Ele já não me conta. Ele já não me mostra. E eu só posso falar dos meus sentimentos.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um dia vais entender. (espero eu)

Para ti, cujo nome eu pretendo quardar sempre no lado esquerdo do peito.

Já diria Maria Rita que "nem toda a feiticeira é crocunda e nem toda a brasileira é bunda".
Um dia vais entender que nem toda a gente é compativel. Que nem toda a gente gosta das mesmas coisas, dos mesmos sabores, dos mesmos cheiros... Que nem toda a gente que se gosta se consegue amar. Que às vezes o amor fica simplesmente pela amizade. Que nem tudo funciona de verdade. Um dia acaba a graça e a novidade de estarmos juntos. O tempo corre, a rosa que tu me deste vai morrer.
Desculpa se as minhas palavras te magoam mas nao consigo seguir o caminho do fingimento que se calhar tu preferias. Eu sei o que isso é, gostamos tanto de alguém que aceitamos tar com essa pessoa mesmo que ela não queira tar conosco, nem que seja só por um minuto, para sermos usados. Dizemos olhos nos olhos "tu vais ver que gostas de mim! fica comigo... ". Pedimos que nos seja dada mais uma oportunidade de mostrar o quanto amamos alguém, e no fundo, talvez essa pessoa já esteja é farta do nosso amor.
Tu não, tu não mereces que eu me farte do que sentes por mim. Mereces sim o meu respeito. Sei que sabes bem o carinho que te tenho, e o quanto gosto de te abraçar contra mim, mas não dá. Para mim o amor é algo que vem naturalmente, não se força, não se cria, não se inventa. Eu dava tudo para gostar de ti como tu gostas de mim, sabes que já tentei mas o meu coração tem outras dores, outro amor.
Desejo te tanto que sejas feliz! Chego mesmo a desejar, por cima do meu ciume e egoismo, que encontres alguém que te mostre que eu não sou a tua boneca perfeita.
No fundo tudo o que desejo é nunca estragar a nossa amizade, e que entendas que a felicidade é feita de momentos, e a minha, ultimamente, é feita por momentos contigo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

a fuga.


Isto hoje tem de ser uma "rapidez muito rapida".
Estou de saída. De partida. A minha fuga para o unico mundo que posso fingir ser MEU! O teatro, as luzes, o palco, as pessoas! Ai, o meu cantinho tão exposto.
Naquele palco posso ser eu mesma, ser como tu, ser como aquela que odeio e aquele que venero. No teatro posso falar da maneira que eu quiser, que me apetecer, que no fim não ouvirei ninguém a dizer : "Aquela é assim!"
No teatro o tempo é meu. O espaço, sou eu. A vida, eu dou. A luz envolve-se em mim e a melodia varia a meu favor. É o meu corpo e a minha voz que em movimentos livres e marcados te prendem os pés ao chão e te fazem voar pela imensidão.
Sou amadora e quero sempre ser. Pois amador é aquele que ama, e é por amor que eu piso palcos, que eu tenho ensaios demorados em dias ocupados, que eu dou corpo e alma a outro alguém que pode até já existir dentro de mim.
No teatro posso rir, chorar, saltar, dormir, amar, odiar, morrer e nascer. Posso... No teatro posso tudo! Que no final, há sempre a cortina e o aplauso do público.
Como diria um amigo meu, no teatro posso subir ao telhado e dizer "estou nú por baixo da roupa!"

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Geradores.


Desde miuda que a minha relação com os meus "geradores" foi bastante atribulada. Segundo a minha mãe, "berrei" os primeiros nove meses, segundo o meu pai, Braga não tinha ruas suficientes para ele percorrer até eu adormecer. A pouco e pouco fui crescendo naquilo que deveria ser o mimo exagerado do primeiro filho que ainda por cima era uma menina loira de olhos claros. Os meus tios chamavam-me nomes adequados à minha estrutura, nomes que ainda hoje permanecem (graças a Deus um pouco alterados).

Cresci assim, até aos meus 5 anos como a menina chorona, mimada, que tinha medo da prima mais velha e que cantava "Não há estrelas no céu" ao som do violão dos tios. Aos meus quase 6 anos eles decidiram introduzir na minha vida, no meu quarto, uma boneca. Uma boneca que para mim era feia, e estranha. Chorava de verdade e roubava agora o colo da Minha mãe e o ombro do Meu pai. Com tempo, com a birra de não querer ir ver aquela que era a minha irmã ao hospital porque estava a ver os PowerRanger, com a mudança de casa e a passagem para a escola comecei a não ligar tanto às tranças que a minha mae me deixara de fazer, aos passeios que o meu pai já nao me levava a dar, às barbies que apareciam sem cabeça porque... agora era tudo partilhado com a Filipa.

Mais tarde, perto dos meus 11 anos e já com plena aceitação de que tinha uma irmã mais nova, teimosa, venenosa e com cabelo à Santo Antonio, os meus pais decidem esquecer-se dos cuidados anti-crianças e apresentam-me o meu irmão. Era tão lindo, tão pequenino, tão fragil, tão precioso que não houve duvida que aquela sim era a idade de eu ter um irmão. Com o Pedro as coisas sempre foram diferentes, além de ser um rapaz, era mto mais facil lidar com ele. Não havia nada para partilhar com ele, com a perda de atençao e falta de mimo eu sempre soube bem lidar.

Estava então na idade mais ridicula do mundo, os 13 anos. Queria-me afirmar. Já sabia o que era o periodo, já pensava ser mulher. No entanto nao percebia (nem nunca hei de perceber) o olhar frio dos meus pais. A minha mãe sempre muito organizada, arrumada, fixada nas limpezas e arrumações profundas. O meu pai sempre muito distante, muito frio, muito severo, muito duro... Com o passar dos anos achei que isso ia mudar. Afinal eu estava a crescer! O meu pai sempre teve uma mão pesada, a minha mãe sempre fez muita pressão psicologica. Lembro-me de um dia, com os meus 16 anos, em pleno inverno, ter ido a um bar e sentir vergonha de tirar a camisola de gola alta por saber que tinha os braços marcadados da ultima discussao acesa com o meu pai. Olhei para o meu namorado na altura, um rapaz de quem gostei muito tempo e com quem felizmente ainda mantenho uma boa amizade, e disse-lhe: "eu caí... ainda me doi a cabeça, vou para casa". Soube perfeitamente que ele nao tinha acreditado.

Hoje tenho quase 20 anos e a frieza e a distancia com que sou tratada dentro de casa faz-me muitas vezes cair numa dor tao funda que eu ja nem sei explicar. Ontem a minha mãe levantou-me a mão e marcou-ma no meu pulso fino. Hoje, tenho que falar com ela como se fossemos as melhores amigas do mundo porque se não ela não vai parar de me perguntar: "Que é que se passou? andas sempre de trombas. vai trabalhar que ficas já mais contente".

Até quando devo aguentar isto? Até quando me vou sentir a morar de favor em casa de alguém e a comer numa mesa onde se trocam palavras tão secas que nem com a comida se engolem mais facilmente? Até quando vou olhar para os meus pais como simples geradores?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais um

- Mais um blog Ana?
- Sim, mais um blog Filipa. (vamos tratar as pessoas pelo seu 'outro' nome. para não ferir ninguém.)

A Filipa é a minha irmã mais nova. Na prática talvez não, ainda há o nosso pequeno Pedro. Os três com cerca de 6 anos de diferença, e só Deus sabe a idade estupida pela qual eles andam a passar. A minha irmã não consegue perceber o meu gosto pela escrita, pelo inglês, pela noite, pelas pessoas, pelos movimentos urbanos. Ela é tão fechada, tão estudiosa, tão ... trapalhona e sem vida. Tentei-lhe explicar que criei este blog para não guardar mais nada do que penso mas sem precisar realmente de chegar olhos nos olhos a pessoas que gosto ou simples criaturas estupidas que habitam este mundo e dizer-lhes tudo que se passa. Ela (estupida) perguntou-me se não era mais basico, mais facil, mais util, falar directamente. (coitada, com 13 anos ainda nao sabe que as pessoas conseguem ser burras, crueis, ou simplesmente intrepretar mal aquilo que tens dentro do coração) Respondi-lhe então, como ela detesta que eu lhe responda, quando tiveres a minha idade anda-me dizer que dizes tudo na cara, que eu ai vou avaliar a tua situação fisica (depois de varios enxertos), a tua fama nesta bela cidade e a tua depressão.
Já tentei ser assim, levei com tanta merda na cara que agora sofro de problemas de pele. Tentei sempre pelo bem e pelo mal, ser sincera, magoava-me muito ao ver no olhar das pessoas que ser sincera magoava bem mais do que mentir. Sempre tive poucos amigos, tinha bastantes conhecidos e houve alturas em que esses conceitos se confundiram. Melhores amigos tive alguns, só um ficou, vai ficando. Ele está sempre aqui para mim e eu sempre aqui para ele. Não passo os meus dias todos colada a ele, ele tem uma vida própria que não é a mesma que a minha, senão eramos qualquer coisa do genero "namorado", não somos amigos. Se ao fim de estar 3 meses longe dele lhe ligar sei que ele me atende da mesma maneira que me atendeu sempre "Best, como estas?"
Há também a Bé, uma amiga relativamente recente mas que marcou enormemente a minha vida. A Bé, mora perto de mim o que facilita cafezinhos e comprinhas e saídinhas e coisinhas.
Enfim, não posso falar de toda a gente que conheço mas tenho plena noção de que são essas pessoas que me moldam para ser quem sou a cada dia, em cada atitude, em cada palavra.